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coletivo serra cabocla socioagrobiodiversidade

Coletivo Serra Cabocla

AÇÕES PELA SOCIOAGROBIODIVERSIDADE
NA DIVISA BOM JARDIM -TRAJANO DE MORAES/RJ

Por que? (Necessidade)

Às quatro horas da manhã, numa segunda-feira, a mente não sossega, os pensamentos fervilham e um grande desejo de mudança se anuncia. O que fazer mediante a tanto caos na sociedade?


Não sei! No entanto, penso que a inquietação sugere que façamos algo para transformar os incômodos que há eras nos assolam. Vamos sonhar outro mundo possível?

tira da mafalda sobre iniciativa

Venho por meio desta solicitar uma campanha de paz.

Gostaria de ser ouvida com a voz do coração!

Estimular a competição e a guerra geram pobreza e frustração.


A cada educador cansado, ferido e desestimulado, meu pedido de desculpas.

Também percebo que não fui incluída na roda.

E essa exclusão me entristece.


Sim! Tenho, como vocês, sentimentos e gostaria de ajudar por uma cultura de paz.


Percebo que o sistema tido como normal tem seus problemas e precisam ser discutidos, e essa discussão pode se dar de maneira dialógica.

Mandala com as respostas das meninas sobre a pergunta: O que é ser mulher para você?

É sabido que criança não namora.

Será que nossas crianças sabem disso?

Será que dialogamos sobre isso ou continuamos resolvendo problemas na escola quando, aos 15 anos, meninas deixam de estudar para gerar filhos que, muitas vezes, são criados pelas avós.

Entregamos a essa jovem a responsabilidade de seus atos, mas quando ela está pequena, estimulamos, mesmo que por brincadeira, o namoro infantil.


O espaço escolar precisa ser visto da mesma forma que a Igreja ou qualquer instituição sagrada.

Temos ouro e diamantes brutos nas mãos com a capacidade de lapidar.

Deixaremos que as pepitas rolem no rio "pois é o curso natural"?

Ou buscaremos maiores ferramentas para evitar a exclusão social?


Sim! Nós somos responsáveis pelos marginais. Aquele que ficou à margem, pois não lhe foi levado o direito de expressar.

 

Música

Arte

Dança

Esporte

Lazer

Brincadeiras

Alfabetização

Formação humana

 

Desde quando dar chutes, socos e pontapés foi tido como brincadeira?

Estamos gerando e estimulando uma sociedade raivosa e frustrada.

Como podemos melhorar?

 

Ao meu ver, integrando comunidade e escola.

 

Ainda nem falamos dos contadores de histórias, dos griots, dos povos originários.


Não sei você, mas eu estou cansada desse sistema.

A paz só pode reinar quando todos são incluídos.

Vamos mudar?

 

Ainda nem falamos do amor….

sutratmã cordão que nos liga a Deus

Era uma vez uma conta de um cordão, uma gracinha, toda redondinha, feita de madeira de cedro. Essa bolinha era muito satisfeita com sua aparência e seu aroma penetrante. Passava o dia se esfregando com um paninho para garantir seu brilho e sua formosura. Até que um dia, cansada de sua rotina, resolve procurar se dentro dela existia alguma coisa, mas como ela passou a vida toda preocupada com a superfície, por mais que olhasse seu interior, nada via. Cheia de angústia, apenas constatava um buraco dentro de si.

Então, a continha caiu em enorme depressão. Não mais queria se polir, nem de seu aroma ela gostava mais. Então, ela adoeceu, não queria mais viver, esperava apenas o fim de seus dias.

Até que uma vez ela teve um sonho, a imagem que lhe surgia era de um fio bem fininho. Acordou diferente, sentiu uma pequena esperança...

- Será que não sou vazia?

Então, ela resolveu fechar os olhos e buscar novamente. E lá estava, como no sonho: um lindo fio, bem em seu interior!

Ficou tão animada com a descoberta, que foi procurar as outras continhas para contar a novidade.

Algumas não quiseram saber (a maioria) e apenas duas a escutaram. A mais interessada, antes de dormir, pediu, em oração, para ver seu interior e amanheceu com uma sensação muito gostosa: também havia uma cordinha dentro de si.

 

No dia seguinte foi compartilhar com sua amiga.

- Amiga, eu vi! Era uma cordinha bem fininha, transparente, muito bonita...

- Não te disse, e nós nem víamos nada, só o buraco...

- Será que todo mundo tem a sua?

- Boa pergunta! Vamos buscar ver à noite e depois nos falamos!

 

Assim, logo que as duas continhas adormeceram, lá estava ele: um enorme fio transparente. Não apenas ligando as duas continhas, mas tudo no universo!

Essa historinha foi baseada num conto indiano sobre o Sutratmã, o fio que nos liga a Deus. Ela nos ensina que não estamos separados, que nossa essência é a mesma! Assim, nosso crescimento não é dissociado do outro!

 

Aprendemos com os índios que o filho do outro não é do outro, é filho da Tribo!

Assim, despertamos para o fato de que toda vivência de transformação se dá em relação. Ao estarmos em roda, um vórtice luminoso é criado em direção ao cosmo. Colocamos nossos desejos no centro para serem realizados, curados, cuidados. 

 

O grupo, a comunidade, a roda, o saber circular é a forma que acreditamos potenciar as mudanças efetivas. Não consigo ir muito longe sozinha. 

No grupo me vejo, me percebo, me reconecto, me reconheço.

mandala da mulher

Círculo de
Mulheres

o diálogo como caminho de cura

O que é? 

Os círculos de mulheres são espaço de diálogo entre as mulheres. Qualquer mulher pode participar. Eles existem há muitos anos no mundo inteiro.

Quando começou?

O círculo de mulheres de Monte Café e Barra Alegre surgiu no ano de 2022 a partir da visita de Suzana Nogueira, erveira e ginecologista da Rede Fitovida, durante o Outubro Rosa que organizamos na Escola Municipalizada Dr. Elias em Monte Café.

 

Por que?  

Suzana nos instigou a fazer aquilo que gostamos e seguimos nesse fluxo. Eu venho de uma experiência bastante íntima e transformadora em grupo de mulheres. 

Saberes esquecidos me foram ensinados, relembrei de meu poder e pude acessar informações ancestrais na roda, de maneira oral. 

Minha atividade enquanto terapeuta também me coloca nesse lugar social de apoiar o autoconhecimento das mulheres. 

Marcela caminha nesse sentido também!
 

Onde vocês se reúnem? 

Nos reunimos em espaços públicos (quadras esportivas e escolas públicas em Monte Café e Barra Alegre).

Que dia e qual horário?
Mensalmente aos domingos, das 10h00 às 13h00.
 

 

Quem pode participar?
Todas as mulheres que desejarem podem participar.

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Percebemos que quando trocamos experiências, sentimos que não somos tão diferentes como imaginamos, que trazemos dores parecidas, anseios, necessidades...

 

E que quando falamos, esse é um ato de amor, de confiança, de parceria. E quando escutamos, acolhemos e internamente podemos ofertar o sentimento capaz de curar...

Em nossa roda, o giro é constante:

pulam histórias, 
janelas trancafiadas são escancaradas,
as chaves são jogadas longe
para que a luz volte a ser vista 
e a pele receba os primeiros raios
de uma nova alvorada...

Nasce, então, a flor de uma certeza íntima:
Ser bela é Ser Humana

Uma recordação que me marcou durante a troca com o grupo foi a fala da ginecologista sobre a saúde da mulher: "Para se ter saúde é necessário fazer aquilo que se gosta." 


Isso me convidou a me re-conectar com meu desejo por ações que fortaleçam o humano. A escassez de projetos direcionados a nós mulheres em nossa comunidade também me traz motivação. Caminho num lugar de quebra de preconceitos o tempo todo. Desejo informar mais mulheres sobre seus direitos e oportunidades.

Os círculos de mulheres são espaço de diálogo entre as mulheres. Qualquer mulher pode participar. Eles existem a muitos anos no mundo inteiro.  ​

Dança comigo?


O que a boca cala, o corpo fala...

Os círculos de mulheres são espaço de diálogo entre as mulheres. Qualquer mulher pode participar. Eles existem a muitos anos no mundo inteiro.  ​

É na gira é no giro 

Que sinto o tempo passar

É no giro é na gira 

Que sinto alegria chegar

E na ginga que gingo 

Que sinto os passos de lá

É na gira é no giro

Que honro tudo que há

Nesse dia é na gira 

Que vejo a magia guiar

E no giro da vida 

Vou sendo magia a curar

Os círculos de mulheres são espaço de diálogo entre as mulheres. Qualquer mulher pode participar. Eles existem a muitos anos no mundo inteiro.  ​

Quando abrimos um espaço para o corpo expressar, emoções, sentimentos... uma série de movimentos inconsciente vêm à tona, proporcionando grande alívio e harmonia!

A Equipe do Projeto

Equipe do projeto círculo da mulher

Atualmente somos 35 participantes.

No círculo temos como articuladoras: Marcela Abreu e Ana Maria.

As amigas Nininha e Clícia estão sempre atuantes.

Muitas outras mulheres já chegaram: Nina, Karyn, Adriane, Ana Amélia, Erika, Penha, Teresa, Jane, Jaque, Flávia….

 

 

Acredito que recurso financeiro sempre é bem-vindo no sentido de estruturar melhor os nossos encontros. Hoje fazemos tudo coletivamente: lanches comunitários, limpeza e organização dos espaços.
Porém, gostaríamos de apoiar economicamente pessoas para chegarem junto, com o transporte, uma vivência na praia. 

Hoje, o investimento é pessoal e para quem mora longe fica difícil chegar no espaço sem carro. 

 


A ideia do milhonesimo círculo:

 

“Os Círculos de Mulheres são formados um a um. Cada Círculo expande para mais mulheres a experiência de pertencer a um deles. Cada mulher, em cada círculo, que se transforma através de sua experiência nele, leva estas mudanças para outras relações. Até que, em um determinado dia, um novo Círculo se formará e ele será o Milionésimo Círculo – aquele que faz a diferença – e nos levará a uma era pós-patriarcal.”

Jean Shinoda Bolen

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